Diferença contrafactual é a diferença entre as consequências da ocorrência um evento e as consequências da sua não ocorrência.
Utilitariamente deve-se agir de maneira a maximizar a diferença de utilidade contrafactual de suas ações; executar a ação de maior utilidade esperada individualmente pode não ser a ação de maior diferença de utilidade contrafactual, se a sua não execução tivesse gerado utilidade semelhante tendo um custo de oportunidade evitável.
Maximizar diferenças contrafactuais pode ser visto como uma forma de contextualização social e temporal de conduta. É preciso considerar o que outras pessoas farão caso você não tome uma decisão, e o que ocorrerá no futuro caso você nao haja agora.
Ações em que o agente pode ser substituído com facilidade tendem a ter baixa diferença contrafactual, pois a sua não execução por um agente poderá ser facilmente suprida por outro. Por exemplo: exercer um cargo ou uma vaga em que há alta oferta de candidatos; a diferença contrafactual será a diferença de qualificação ou mérito entre um candidato selecionado e o seguinte. Ao contrário, em atividades em que há escassez de agentes (poucos ou nenhum agente exercendo), o exercício de um agente adicional fará uma efeito que não existiria na sua ausência.
Da mesma forma, ações cujas consequências ocorrerão mesmo na ausência da ação também tem menor diferença contrafactual, geralmente servindo apenas para adiantar ou garantir a ocorrência das consequências.
Maximizar diferenças contrafactuais implica assim na execução de atividades em que suas consequências não ocorreriam de forma tão boa ou melhor se não fossem executadas, o que favorece a exploração de nichos de atividade que estão sendo negligenciados, ou insuficientemente explorados, e que não têm perspectiva de melhorar num futuro previsível, ou nos quais o agente tem uma boa probabilidade de exercer um papel de forma mais eficaz que outros no seu lugar (tem maior competência ou eficiência).