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A malária é uma doença infecciosa causada pelo microorganismo Plasmodium e transmitida pela picada dos mosquitos Anopheles. É juntamente ao HIV/AIDS e à tuberculose uma das maiores causas de morte por doenças infecciosas no mundo[1], especialmente nos países em desenvolvimento.

Os microorganismos infectam o fígado e se tornam parasitas das hemáceas. A doença progride após 10-15 dias causando sintomas como febres cíclicas, vômito e dor de cabeça, podendo em casos graves levar a coma e morte, em horas ou dias[2]. Episódios graves de malária causam anemia generalizada, causando problemas de desenvolvimento e podendo lesionar o cérebro[3]. Devido ao seu longo tempo de coevolução com seres humanos (mais de 50 mil anos) o Plasmódio é extremamente bem adaptado ao sistema imune humano, desenvolve resistência a medicamentos rapidamente, e se tornou resistente a praticamente todas as drogas comumente usadas para tratar a malária.

A OMS estima que tenham ocorrido 216 milhões de casos de malária em 2010, uma estimativa do The Lancet é de que ela tenha causado 1,24 milhões de mortes no ano, podendo ser subestimada devido a não documentação da maioria dos casos. A prevalência de malária está aumentando e deve dobrar nos próximos 20 anos apesar de vários esforços em combater sua transmissão. A maioria dos casos ocorrem em crianças com menos de 5 anos[4].

A malária é mais comum em áreas rurais do que em cidades, e é endêmica numa faixa ao redor do equador, incluindo áreas na América, Ásia, e boa parte da África subsaariana, onde 85-90% das mortes por malária ocorrem.

Paludisme

Mapa da distribuição de malária no mundo. Marrom Ocorrência elevada de malária multiresistente. Vermelho: Ocorrência de malária resistente a cloroquina. Beige: Sem Plasmódio falciparum ou resistência à cloroquina. Cinza: Sem malária. Retirado de http://en.wikipedia.org/wiki/File:Paludisme.png

A prevenção pode ser feita evitando-se picadas de mosquito, isto é feito pela distribuição de redes de proteção (especialmente sobre as camas, uma vez que o mosquito tem hábitos noturnos), repelentes de insetos, inseticidas e eliminação de depósitos de água parada.

A malária não só é mais comum nos países pobres como é também uma causa da pobreza e um grande obstáculo ao desenvolvimento econômico. Os países pobres não têm condições financeiras de prevenir ou tratar a doença, o impacto econômico da malária na África é estimado em US$12 bilhões a cada ano. O impacto envolve custos com saúde, dias de trabalho perdidos pela doença, dias perdidos em educação, produtividade prejudicada devido a danos cerebrais e diminuição de investimento em turismo. Em alguns países, o gasto com a doença chega a 40% do orçamento com saúde pública[5].

Organizações de combate a malária[]

Há grandes esforços globais em combater a malária. Até 2012, O Fundo Global de Luta contra a AIDS, Tuberculose e Malária [1], havia distribuído 230 milhões de redes com inseticida para combater os mosquitos transmissores. De acordo com o diretor Inder Singh, a Fundação Clinton [2] diminuiu significativamente o custo de drogas para tratar a malária. Outras iniciativas como o Malaria Atlas Project [3] se focam em analisar e prever a disseminação da malária possibilitando estratégias de combate mais eficazes [6].

A malária foi erradicada de forma bem sucedida em algumas áreas. A república de Maurício no oceano índico, conseguiu reduzir drasticamente a sua transmissão com uma estratégica ecológica, usando DDT, peixes que comem as larvas dos mosquitos e a eliminação de depósitos de água parada [7].

A Fundação Contra a Malária (Against Malaria Foundation) é a organização recomendada pela Giving What We Can [4], como uma das mais eficazes no combate a malária, ela se foca exclusivamente em distribuir redes tratadas com inseticida em 35 países na África, Ásia e América do Sul. Ela distribui redes para outras organizações e monitora a sua entrega. O custo estimado por rede entregada é de US$5. Estima-se que segundo a eficácia das redes e do seu custo, previne-se 30 DALYs (anos de desabilidade) a cada US$300, o que é considerado equivalente a salvar uma vida. Veja o Relatório da GiveWell para mais informações sobre doar para a AMF. Você pode doar para eles diretamente aqui.

Estimates of child deaths prevented from malaria prevention scale-up in Africa 2001-2010

Estratégias promissoras[]

Entre as estratégias sendo desenvolvidas para combate à malária estão[8]:

  • O desenvolvimento de vacinas, uma delas concluiu recentemente a fase 3, com resultados promissores [9].
  • Joe Conlon, o conselheiro técnico da American Mosquito Control Association, propôs uma mistura de abordagens incluindo a disseminação de larvicidas, Ovitraps (armadilhas para fêmeas com ovos) e a eliminação de locais com água parada. [10]
  • Weiguo Fang desenvolveu um fungo transgênico que é capaz de combater o Plasmódio dentro dos mosquitos e tornar os mosquitos vulneráveis à inseticidas[11].
  • Tullu Bukhari e Bart Knols desenvolveram um líquido que forma um filme sobre a água que impede os insetos de se reproduzirem, mas que aparentemente não causa outros danos ambientais e pode ser usado em água potável[12]
  • Bart Knols também desenvolveu uma pílula que mata os insetos que picarem uma pessoa, como demonstrou num TED talk.
  • Anthony James modificou os mosquitos geneticamente tornando as fêmeas incapazes de voar, os machos continuam capazes e passariam a modificação adiante[13]. A empresa Oxitec testou os mosquitos na ilha da Grande Cayman, uma região geograficamente isolada no Caribe e resultou na eliminação de 80% dos mosquitos Aedis aegypt, os mosquitos também foram liberados na Malásia e estão sendo planejados para o Brasil[14].
  • Marcelo Jacobs-Lorena juntamente a Sibao Wang, fizeram bactérias transgênicas capazes de competir com os Plasmódios nos intestinos dos mosquitos[15].

Links[]

Referências[]

  1. Lista de causas de morte por por frequência - Wikipedia (em inglês)
  2. Malaria - Wikipedia (em inglês)
  3. Malaria - Prognóstico - Wikipedia (em inglês)
  4. Malaria - epidemiology - Wikipedia (em inglês)
  5. Malaria - Society and Culture - Wikipedia (em inglês)
  6. Wikipedia - Eradication efforts - Wikipedia (em inglês)
  7. Roberts JL (2004). "Malaria Control in Mauritius". Africa Environment Outlook: Human Vulnerability to Environmental Change. United Kingdom: Earthprint Limited. pp. 161–8
  8. How scientists will win the war against malarial mosquitoes Georgy Dvorsky, io9.com Jul 19, 2012
  9. The RTS,S Clinical Trials Partnership. First Results of Phase 3 Trial of RTS,S/AS01 Malaria Vaccine in African Children. N Engl J Med 2011; 365:1863-1875, November 17, 2011
  10. What Could Possibly Go Wrong: Genetically-Modified Mosquitoes. By Becky Ferreira . Pop Sci 01/28/2011.
  11. Fang, Vega-Rodriguez, Ghosh, Jacobs-Lorena, Kang & St Leger. 2011. Development of Transgenic Fungi That Kill Human Malaria Parasites in Mosquitoes. Science
  12. End Of The Line For Malaria Mosquitoes? By Anna Ohlden. Science 2.0. April 22nd 2009. O artigo original pode ser obtido aqui.
  13. Genetically-engineered mosquitoes can't transmit malaria. By Ben Coxworth. June 13, 2012.
  14. Genetic genocide: Genetically altered mosquito warriors could wipe out humanity's biggest killer. By Loz Blain. Gizmag. November 30, 2011.
  15. Engineering mosquito gut bacteria to fight malaria. Ed Yong. Discover Magazine. 16 july 2012.. O artigo original pode ser obtido [Wang, Ghosh, Bongio, Stebbings, Lampe & Jacobs-Lorena. 2012. Fighting malaria with engineered symbiotic bacteria from vector mosquitoes. PNAS http://dx.doi.org/10.1073/pnas.1204158109 aqui]
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